quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um passo além da sombra


Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão. Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando” (Sl 102.1,4,11).

Crente em nosso Senhor Jesus Cristo, salvo pelo sangue do Calvário, liberto pela cruz, contudo vivendo nas sombras espirituais. Vivendo no pó (cf. v. 9), na cinza, no desamparo, na tristeza, na escuridão. Nem parece que já recebeu a luz de Cristo Jesus! Há que sair dessa penumbra para a alegria de Cristo, para a alegria da salvação, da plenitude espiritual. Há que fazer reviver o próprio coração, os sentimentos espirituais, a consciência; há que caminhar para a claridade, para a certeza, para os alvos, para o crescimento na expressão de Paulo em Efésios 5.14: “Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará”.

HÁ QUE SE AVIVAR A CHAMA DA SANTIDADE
  “Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou Santo”
(1 Pe 1.14-16).

Tudo começa com a santidade que não é, como muitos pensam, conseqüência, resultado da vida cristã, mas seu início, porque ser santo quer dizer ser separado especialmente para Deus, consagrado para o Senhor, reservado para algo especial (Ex 19.5,6; Lv 20.7,8; 1 Pe 2.9). No Antigo Testamento, Deus usou de meios altamente dramáticos, gráficos para ensinar ao povo que havia objetos que só podiam ser tocados pelos sacerdotes, pois eram objetos santos, separados, especiais. Ainda mais; havia um lugar no tabernáculo e no templo onde nem os sacerdotes, que eram homens escolhidos, entravam; só o Sumo-sacerdote, e, mesmo assim, apenas uma vez por ano. Observe, então, que tudo o que pertence ao âmbito do culto é santo: há objetos santos (reservados para o culto), ocasiões santas (ocasiões especiais), lugares santos, uma cidade santa, Jerusalém, há um Livro santo (a Escritura Sagrada), há pessoas santas (dedicadas ao serviço e missão do Senhor).

No Novo Testamento, o sagrado não pertence a coisas, lugares, objetos ou ritual, mas às manifestações do estilo de vida que o Espírito Santo produz. Na Nova Aliança, somos todos seres especiais, elevados ao sacerdócio; quem tem a Cristo é santo, quem tem a Cristo é diferente. Dentro da mesma esfera do ser santo, é experiência de santificar-se, porque além da idéia da separação, do ser diferente, há o conceito do encontro com Deus que exige uma resposta nossa. Por essa razão, o Salmo 24.3 faz uma pergunta respondida com o verso seguinte: “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?” (Sl 24.3); “Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24.4).

Santidade não é legalismo (a idéia de que se respeitarmos regras, ganhamos o favor de Deus, ou seja, “faça tal coisa e será santificado”). Santidade não é questão de dieta, ritual, costume; não é algo negativo (“não faça isso, faça aquilo”); não é um banho de emoção, não é trauma psicológico, não é euforia de momento. Não pode o crente ser separado para Deus, e, ao mesmo tempo, envolvido com o mundo. A fórmula de santificação está na Sagrada Escritura:

“Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância; mas , como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque Eu sou Santo”
(1Pe 1.14-16);

“Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santidade e honra. E o próprio Deus de paz vos santifique complemente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente Conservados irrepreensíveis para a vinda De nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 4.3,4; 5.23).

Numa reunião de oração, um crente orou várias vezes: “Senhor, tira da minha vida as teias de aranha”. Outro irmão, depois de ouvir a insistência, disse: “Senhor, mata a aranha!” Pois ser santo e santificar-se e nem deixar que a aranha faça teias na vida.

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