Acho uma das questões mais incompreendidas entre os Cristãos é a relação entre a fé a razão. Para muitos, a fé a razão são irreconciliáveis, ou seja, o homem de Fé não pode ser racional, e nem o homem da razão pode ter fé.
O embate entre a ciência e a religião contribuiu para que a distância entre a razão e a fé aumentasse a cada discussão, pois o homem da ciência por se achar tão racional, olha para o homem da fé, no exercício de sua crença como destituído de qualquer sentido racional
Tal conceito permeou, de forma inconscientemente e até conscientemente a minha vida durante muito tempo, e se materializava na assertiva, “a fé é um salto no escuro”
Não obstante a tal visão de fé, lastreada na ingenuidade e irracionalidade, Sempre a achei de certa forma, incoerente e simplista, diante da complexidade e profundidade que é o ser humano, criado a imagem e semelhança de Deus, dotado peculiarmente da razão. Sem falar que dar saltos no escuro, destituído de qualquer sentido de esperança, desconhecendo o que brotará da escuridão, pode ser definida como ingenuidade ou loucura.,
Tudo bem, eu sei que você que estar lendo, já deve ter me categorizado, como mais um pastor que perdeu a fé, e agora tenta justificar o fato. Mas, a grande questão, é exatamente ao contrário quando compreendi o papel da razão na fé, me tornei mais ousado espiritualmente falando.
Em primeiro lugar a minha fé é fruto da compreensão racional de quem Deus é, pois quando compreendo que Ele o que diz, posso crer Nele, e assim confiar absolutamente em seu caráter perfeitamente bom.
A minha fé é fundamentada na compreensão racional que as escrituras é a mais absoluta verdade, por isso, posso acreditar no que ela diz e fazer o que ela manda, por isso RACIONALMENTE posso entre outras coisas:
a) Orar pelos enfermos confiando no milagre;
b) Expulsar demônios;
c) Acreditar no céu e no inferno;
d) Compreender que há uma dimensão espiritual;
e) Posso acreditar no poder transformador do evangelho, e, pasmem os pentecostais;
f) Falar em línguas e me apropriar dos demais dons.
A minha fé se baseia ainda em outro fator, que é a experiência, ela vem sendo aumentada a cada dia, pois a minha razão vem se deparando cotidianamente, com vidas sendo transformadas, curadas, restauradas, vivenciando milagres, provas concretas da realidade espiritual ulterior. Logo, a fé não pode ser fruto de uma retórica vazia e utópica, mas ela encontra lastro no cotidiano vivencial da igreja.
A fé que salva é uma ação de Deus por meio do Espírito Santo, pela qual a razão humana, compreende a veracidade da mensagem do Evangelho, e percebe a necessidade de ter uma experiência com Deus., por meio do arrependimento e entrega pessoal ao Senhor mediante Jesus Cristo.
Por isso, não encontro qualquer incoerência ou imiscibilidade entre a fé e a razão, já que o entendimento racional me leva a acreditar cada dia em um Deus que se revelou pelas Escrituras Sagradas, e continua agindo soberanamente em nossos dias.
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